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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Troco em Dobro

"O que a torcida do Grêmio sente pelo Ronaldinho é aquilo que qualquer torcedor deveria sentir por alguém que só existe graças a ele e esquece disso quando vê a primeira nota de dólar na frente.
Não pela volta de 2011, essa é bobagem. O Grêmio é que se precipitou ao fazer festa pra promessa de empresário, se é que houve a promessa.
Mas quando garoto, sabendo que o clube vivia uma situação delicadíssima e que PRECISAVA daquele dinheiro pra não quebrar, ele não podia ter mentido e feito o que fez pelas costas da direção do Grêmio."

                                                                                         _ Rica Perrone, em seu blog.


                                          Foto: Luis Gonçalves (Pressdigital)


Quando o Flamengo fez seu segundo gol, com Thiago Neves, pensei que o máximo que o Grêmio conseguiria seria um empate. E isso se pudesse segurar o time do Flamengo. Nosso ataque estava patético no primeiro tempo, com André Lima, Escudero e Douglas passando a bola um para o outro sem tentar finalizar. Marquinhos cometeu erros graves, errando passes e não tendo domínio da bola em vários lances, sem falar no escorregão de Rafael Marques, que deixou Deivid livre para abrir o placar.

Durante aquela primeira etapa, o melhor em campo foi, sem dúvida, Gilberto Silva. Além de estar presente como capitão, coordenando a atuação de jogadores mais jovens, nosso volante/zagueiro impediu um gol certo de Ronaldinho Carioca. Coisa de herói. Minha vontade era de atravessar a televisão e cumprimentar o jogador.

Mas eis que no fim dos 45 minutos, André Lima deu o ar da graça e descontou. Respirei aliviado. E, no segundo tempo, vi o Grêmio que eu gostaria de ter visto desde o início deste Brasileirão. Um time que briga pela bola, que não se entrega, que faz o resultado acontecer. O drible de André Lima em Renato Abreu e a finalização para o gol desestabilizaram o Flamengo, e o Tricolor passou a mandar na partida. Douglas também marcou o seu, virando o jogo a nosso favor. O Olímpico foi à loucura. Mas o melhor ainda estava por vir.

Finalmente, Celso Roth abriu mão de sua teimosia e colocou Miralles no lugar de Escudero, que havia acabado de perder um gol feito (sim, podia ter sido um placar ainda mais humilhante). E o Jim Carey del Plata fez um gol antológico, colocando a bola na gaveta, do lado direito da meta adversária. Foi o quarto gol do Grêmio, para fechar o jogo com chave de ouro, e o segundo de Miralles pelo Imortal, para mostrar que ele tem lugar no time.


Ah, sim, sobre Ronaldinho. O craque do Flamengo deu alguns dribles desconcertantes, como é de seu feitio. Duas canetas, outros elásticos e acrobacias. E a cada vez em que tocava na bola, ouvia vaias. Sempre que ameaçava participar de um lance, ouvia a palavra "pilantra" ser entoada em coro por mais de 45 mil gremistas ensandecidos. É verdade que muitos foram ao Olímpico apenas para xingá-lo. Mas saíram do estádio com algo muito melhor: um troco duplo do Grêmio. Pois 4 é o dobro de 2.

                                          Foto: Agência Estado

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